GATO É CRIME: Furtos tiram 23,4 milhões de litros de água de Cuiabá por ano
Assessoria/Águas Cuiabá
O município de Cuiabá produz, atualmente, 7,8 milhões de litros de água por mês. O volume, que totaliza a expressiva marca dos 93,6 milhões de litros por ano, seria suficiente para abastecer o município em regime permanente – sem a necessidade de intermitência – caso não houvesse, no meio do caminho, um inimigo da cidadania e da natureza: o chamado gato, apelido dado ao crime de furto de água. Enquadrado no parágrafo 3º do artigo 155 do Código Penal Brasileiro, esse delito está na mira da Águas Cuiabá, que realiza neste mês de setembro, juntamente com o Ministério Público Estadual (MPE), Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Arsec) e Prefeitura de Cuiabá uma campanha de combate ao furto de água.
Além de ações de conscientização, realizadas por meio de comunicação com a comunidade, as equipes da concessionária estarão percorrendo, até o dia 30 de setembro, bairros da Capital com o objetivo de flagrar e conter o furto de água. A mobilização conta com 8 equipes, munidas de equipamentos conhecidos como caça-gatos: geofones, georradares e microcâmeras de vídeo capazes de constatar pontos de rompimentos na rede de abastecimento, mesmo que ocultos.
“Existe um preocupante quadro de ‘gatos’ em Cuiabá. Essa ação criminosa impacta a entrega de qualidade de água potável às residências cuiabanas. Há pouco mais de um ano assumimos a concessão dos serviços de saneamento na Capital, e observamos as consequências desse crime nas instalações, no tratamento de água e na distribuição. Nosso objetivo não é só conscientizar, mas regularizar os locais que possuem uma ligação clandestina. Neste momento, contar com o apoio do Ministério Público Estadual (MPE), Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Arsec) e Prefeitura de Cuiabá reforça a importância da ação”, afirma o diretor-geral da Águas Cuiabá, Luiz Fabbriani.
A atividade ilícita causa significativos impactos à rede de distribuição e, dentre as consequências, pode-se considerar o risco de contaminação como o fator mais preocupante. Portanto, a ação criminosa promove a entrada de dejetos, bactérias e substâncias impróprias que, além de comprometer a qualidade da água, causa risco à saúde da população.
O ‘gato’ também gera impactos estruturais como as quebras e vazamentos na rede de abastecimento. Isso porque ao instalar a ligação clandestina, usa-se materiais sem compatibilidade com a estrutura operada pela concessionária. A ação criminosa provoca a necessidade de interrupção do abastecimento para realização dos reparos de vazamento e infiltrações. Em casos como esse faz se necessário a interrupção do abastecimento à comunidade, o que ocasiona a despressurização e intermitência no sistema.
No cenário do saneamento, o furto da água, além dos prejuízos já citados, provoca danos ao Meio Ambiente por meio do desperdício. A concessionária projeta que 25% da produção anual de água se perde com os gatos. Em números, isso significa que 23,4 milhões de litros de água são desperdiçados ao ano. “No panorama, estima-se que uma unidade consumidora utilize 15m³ ao mês na Capital. Já o local que possui abastecimento via ‘gato’ consome, em média, cinco vezes mais. O infrator usa esse recurso natural sem consciência, é torneira pingando o dia todo, água para lavar calçada e até resfriar telhado da casa. Enfim, são inúmeras as situações nas quais este recurso natural é usado sem responsabilidade ambiental”, observa o diretor